sexta-feira, 16 de maio de 2008

HISTÓRICO DA CAPOEIRA


Capoeira Angola:

“Capoeira é mandinga, é manha, é malícia......Capoeira é tudo que a boca come...

”Mestre Pastinha
A Capoeira Angola é um dos traços mais nítidos da influência africana nas tradições folclóricas brasileiras, onde ainda hoje, muitos autores discutem se a sua origem é realmente brasileira ou africana.
Dentro da Capoeira Angola, podemos dar destaque a alguns mestres que fizeram escola nesta arte. Entre eles podemos citar os Mestres Pastinha, Waldemar da Liberdade, Canjiquinha, Traíra, Caiçara, Cobrinha Verde, Daniel Noronha, Totonho de Maré e muitos que completariam uma lista imensa, além dos que foram marcados pelo esquecimento.
Porém, dentre todos estes, Mestre Pastinha foi quem teve um maior destaque e, assim como mestre Bimba, fez com a sua Regional, desenvolveu alguns elementos didáticos e simbólicos para a Capoeira Angola.
Vicente Ferreira Pastinha foi o Mestre do Centro Esportivo de Capoeira Angola, fundado em 1942, de onde surgiram grandes nomes da capoeira como os Mestres João Grande e João Pequeno. Os dois são a maior referência da Capoeira Angola nos dias atuais, sendo Mestre João Pequeno, o mestre mais velho em atividade no país.
Mestre Pastinha nasceu em 05 de Abril de 1889, escreveu seu livro “Capoeira Angola” em 1964 e em 1966 foi o representante do Brasil no 1º Festival de Artes Negras em Dakar, na África. O governo baiano, através da Fundação do Patrimônio, o despejou de sua academia em 1973, deixando-o na miséria. Veio a falecer em 13 de Novembro de 1981.
Capoeira Regional:

“Passar bem ou passar mal......Tudo na vida é passar...”

Mestre Bimba
Nascido em 23 de Novembro de 1889, Salvador-BA, Manoel dos Reis Machado foi o maior responsável pela expansão e projeção da capoeira além dos limites da Bahia.
Não podemos falar da Capoeira Regional ou Luta Regional Baiana sem falar em Mestre Bimba, seu criador.Acreditando que a capoeira que praticava estava perdendo sua essência de luta, Mestre Bimba misturou seus elementos com o Batuque, luta do recôncavo baiano, na qual seu pai era campeão e que utilizava violentos golpes de perna com o objetivo de derrubar o adversário.
Em 1932, Mestre Bimba fundou a primeira academia especializada no ensino da capoeira. Localizada no Engenho Velho de Brotas, bairro pobre onde ele nasceu. Ensinava também em residências. Sua fama cresceu e cinco anos depois ele obtinha o registro de professor de educação física.
O Centro de Cultura Física Regional, aberto em 1937, foi à primeira academia de capoeira do Brasil e recebeu este nome, pois, na época, a capoeira ainda era proibida e só poderia ser praticada em recinto fechado, conforme a legalização de Getúlio Vargas.
E foi o próprio presidente Getúlio Vargas quem legitimou a capoeira, tirando-a do código penal, dizendo: “A capoeira é o único esporte genuinamente brasileiro”, após apresentação de Mestre Bimba, em 1953, no Palácio da aclamação, em Salvador.
Com a Capoeira Regional, nasceram elementos didáticos e simbólicos que influenciaram todos os outros mestres das gerações seguintes.
A sua marca ficou registrada em muitas atividades comuns nos dias de hoje, como o batizado e a formatura de capoeira, além das oito seqüências de ensino, seqüências de balões e os toques da Capoeira Regional, onde cada toque corresponde a um tipo de jogo.
Mestre Bimba morreu em Goiânia-GO, em 05 de Fevereiro de 1974 e marcou todos os capoeiristas com um exemplo de personalidade e carisma que levantou a capoeira, deixando vários discípulos que continuam seu trabalho até os dias de hoje.


Jogo do Miudinho:



“Miudinho não é angola, miudinho não é regional......Miudinho é um jogo manhoso, é um jogo de dentro......é um jogo legal...”
Arthur Neto


Nas décadas de 1970 e 1980, a capoeira passou por um período de grande expansão e popularização em todo país, conseguindo um status muito grande no Brasil e no exterior.
Começaram a emergir vários benefícios até então inexplorados, como a inserção da capoeira nos currículos das instituições de ensino; o desenvolvimento das metodologias de treinamento; o crescente reconhecimento social da capoeira. A ampliação dos mercados potenciais de trabalho resultou na aplicação da capoeira em trabalhos de grande valor social, como a adaptação para alunos especiais, à reintegração de crianças e jovens marginalizados e a capoeira para a "terceira idade". Ao lado dos benefícios, vieram também os prejuízos - as desfigurações alcançadas pela formação de jovens "mestres" e, principalmente pela exacerbação da agressividade, descambando para a violência.
Durante este período, Mestre Suassuna, preocupado com o rumo que a capoeira vinha tomando, começou a relembrar a capoeira que jogava no fim da década de 50. Então, ele elaborou seqüências de treinamento que fixavam essa movimentação que aprendeu, vivenciou e ensinou. Colocou o seu estilo plástico e rico em movimentações, desenvolveu um toque e alguns elementos que, após um processo que durou mais de quinze anos ficou conhecido como Jogo do Miudinho.
O nome nasceu de uma brincadeira nos treinamentos, aonde o mestre dizia pra seus alunos que deveriam jogar mais próximo, e eufórico gritava: - É pra jogar miudinho!!!
Na década de 90, passou e trabalhou essas seqüências para seus mais novos discípulos que, com uma capoeira rica e vigorosa, ficou conhecida como a “Geração Miudinho”. Com simpatizantes no mundo todo o Mestre Suassuna e seu miudinho ganham adeptos que constantemente freqüentam sua academia, no bairro Santa Cecília em São Paulo, para aprender seus segredos e mandingas do jogo da capoeira.

Axé!!! Muito axé no caminho da capoeira!!!


A Lenda do Maculelê


Sua origem, porém, como ocorre em relação a todas as manifestações folclóricas de matriz africana, é obscura e desconhecida. Acredita-se que seja um ato popular de origem africana que teria florescido no século XVIII nos canaviais de Santo Amaro, e que passara a integrar as comemorações locais. Há quem sustente, no entanto, que o Maculelê tem também raízes indígenas, sendo então de origem afro-indígena. Conta à lenda que a encenação do Maculelê baseia-se em um episódio épico ocorrido numa aldeia primitiva do reino de Iorubá, em que certas vezes saíram todos juntos os guerreiros para caçar, permanecendo na aldeia apenas uns poucos homens, na maioria idosos, junto das mulheres e crianças. Disso aproveitou-se uma tribo inimiga para atacar, com maior número de guerreiros.
Os homens remanescentes da aldeia, liderados pelo guerreiro de nome Maculelê, teriam então se armado de curtos bastões de pau e enfrentado os invasores, demonstrando tanta coragem que conseguiram pô-los em debandada. Quando retornaram os outros guerreiros, tomaram conhecimento do ocorrido e promoveram grande festa, na qual Maculelê e seus companheiros demonstraram a forma pela qual combateram os invasores. O episódio passou então a ser comemorado freqüentemente pelos membros da tribo, enriquecido com música característica e movimentos corporais peculiares. A dança seria assim uma homenagem à coragem daqueles bravos guerreiros.

Dança do Fogo


Ao ritmo contagiante dos atabaques os guerreiros demonstram total domínio sobre o elemento de Xangô - O FOGO.
Com movimentos unidos ao brilho das tochas os dançarinos desafiam tal elemento extraindo dele seu poder e força mística.




Dança Guerreira


Dança com lanças e escudos, onde os guerreiros, numa combinação de movimentos plásticos e agressivos fazem saudações aos deuses africanos e representam ataques correspondentes à sua dança de guerra.




Puxada de Rede


Mantida em poucas praias do litoral baiano, a Puxada de Rede é uma importante manifestação folclórica do estado com traços da cultura negra africana. Ela permite a integração entre os pescadores e a preservação de traços africanos na cultura do povo que vive do mar, já que toda a atividade da pesca realizada é acompanhada de danças, mímicas, poesias e cantos dos pescadores africanos trazidos para o Brasil.
A Puxada de Rede acontece entre outubro e abril, época em que os peixes procuram as águas quentes e rasas do litoral nordestino. Nessa época a pesca é realizada na beira da praia com uma gigantesca rede de arrasto e não em alto amor, como de costume. A armação e a puxada da rede são comuns em praias como Armação, Chega Nego e Carimbamba.
A grande rede usada leva ate mil metros de corda e cinco meses de trabalho para ficar pronta. Para manipulá-la são necessários 63 homens, 1 chefe , 1 mestre de terra , 1 mestre de mar, 20 catadores, 20 homens do mar e 20 homens da terra. A rede aberta liga barcos em círculo na água e homens na terra que, assim que encontram peixe puxam a rede à praia.
Cantos simples são repetidos como aqueles cantados pelos antepassados negros e alguns até se referem à terra de origem como Aruanda. A última canção entoada é sempre o canto de saudação à rainha do mar em agradecimento pelo sucesso da puxada.


Samba de Roda


O Samba de Roda começou, provavelmente nos tempos da colonização, quando os negros, na sua primeira pausa para descanso, dançavam a moda da sua terra.
O ritmo contagiante do samba marcado por palmas e passos excitantes fez com que, aos poucos, o samba saísse da senzala e fosse para as ruas e até para a casa dos brancos.
Hoje, o Samba de Roda é freqüente nos mais diversos festejos baianos como o carnaval, por exemplo.
A dança do samba de roda em si é considerada simples, mas é preciso muito "molejo" para realizar com os pés ou passos marcados com as mãos. Existem passos específicos da roda que representam diversas atividades do cotidiano, como, por exemplo, o corta jaca paço no qual o sambista representa com os pés o ato de cortar uma jaca, retirar o "visgo" e recolher o caroço. Cada ação é representada por um conjunto específico de movimentos sempre marcados pelas palmas dos outros sambistas. Outros exemplos são o miudinho, amarrado, barra-vento e sapateado.
A dança acontece quando ao som de samba forma-se uma roda com um sambista ao centro que apresenta sua ginga, dançando por algum tempo. Logo, ele desafia um componente da roda com um sinal como a umbigada ou um simples aperto de mão, que toma o seu lugar no meio da roda. Tudo transcorre ao som de marimbas, viola pandeiros, ganzás, atabaques, berimbaus e outros instrumentos de percussão. Mas, o samba não deixa de acontecer por falta de instrumentos, pois o improviso é muito freqüente e até mais original.
Na falta de instrumentos, facas arranham a borda de pratos, colheres são batidas como castanholas, pentes e papeeis são soprados e tampas de panelas são batidas com as pontas dos dedos, enquanto o tirador lança frases simples que são cantadas repetidamente.
O Samba de Roda é uma tradição em cidades como Cachoeira, Candeias, Santo Amaro, Muritiba e outras.
FONTES:

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